quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

coluna Moda e Comportamento, revista Público A, 1a. Edição, set/2007

Podemos falar várias coisas da MODA e sua indústria bilionária, a começar: existem mais produtos de vestuário no mundo que toda a humanidade precisa comprar, daí a necessidade da moda andar rápido, pra vc achar tudo velho logo e comprar mais, consumir mais. Outro dia um amigo me perguntou de onde vem essa “coisa” de uma hora se usar calça de boca justa, outra hora de boca larga. Vem daí. Da necessidade de fazer as pessoas consumirem.

A moda funciona assim: se glamurizamos a calça skinny neste inverno, vamos ter que propor algo novo, pra todas as pessoas que consumiram a skinny sentirem necessidade de comprar de novo na próxima estação. Assim a gente consegue alimentar todas as milhares de costureiras espalhadas mundo a fora, e também girar o estoque das tecelagens, que não param de produzir com seus teatres automatizados até o último instante, e também os plantadores de algodão e a indústria química com suas fibras e resinas novas, e por aí vai...

É a moda tem sua função social. Mas tem lá seus paradoxos também. O mundo vive uma tal valorização do ter ao extremo. Consumir, possuir, pertencer, parece que isso tudo faz o ser humano chegar mais perto da felicidade. Claro que estamos diante de uma falácia. Mas na prática os que possuem dominam os despossuídos. Moda como sinônimo de status, de pertença a determinado grupo, onde parecer, mesmo que seja algo que vc não é toma uam importância enorme na vida das pessoas.

Ugly, né? É. Precisamos respirar e pensar nisso tudo. O mercado de luxo é fascinante e nojento na mesma intensidade. Pessoas cobertas de labels, das cuecas, às calças jeans... pra quê? 64 pares de sapato no guarda-roupa, pra quê?

Mas eu prefiro entender a moda como a arte do século. Sempre falo pros que me conhecem, se for seu caso, vai desculpando aí, há 500 anos atrás os artistas famosos no mundo inteiro eram os arquitetos, os pintores, os escultores. O mundo inteiro, ocidente, oriente, qualquer classe social, raça, sexo, sabia de Michelangelo Buonarote, Leonardo Da Vinci, Rafael, Caravaggio. E hj em dia? Quem são os arquitetos-escultores-pintores world-wild-famous?

Eu digo pra vc, meu bem, são eles: Armani, Gabrielle Channel, Dolce Gabanna, Saint Loren, e por aí vai. Eles sim, que arquitetam roupas, pintam estampas, esculpem modelagens são os artistas famosos do nosso tempo. É o ser humano na sua extrema valorização. Culto ao corpo, dieta, yoga, drenagem, choque de queratina, e tudo o mais que ajudar vc a se perpetuar neste planeta por mais tempo, com a aparência mais jovem possível. É nessa toada que a moda permeia todos as instancias do nosso ser.

É através da roupa que nos expressamos, Oscar Wild dizia que só os tolos não julgam pela aparência. E é exatamente quando tudo está na moda e o que vc precisa é ter estilo e escolher dentro de um leque infinito de opções o que vai usar, que vc expressa quem é, qual a sua, do quê está a fim e como quer ser visto pelos demais. Experimente ler as pessoas pela roupa que elas estão usando. Eu não digo pra vc valorizar aquela mocinha com uam bolsa de US$5.000,00. Mas entenda, ela usa essa bolsa porque quer passar um recado. Quer mostrar que tem acesso, que pertence a elite. Isso pra ela, naquele momento, parece importante.

Moda pode ser ditadura se vc deixar, mas paras os mais antenados tem servido como libertação, como auto-afirmação, como protesto, ou ainda como homenagem. Pense também na felicidade que dá se olhar no espelho e se sentir belo. É muito bom! E a roupita ajuda.

Pros que querem saber mais sobre moda, sem preconceitos, venham comigo, vamos navegar um pouco neste mundo cheio de alegrias, cores, e beleza, e vamos até dar risada dos exageros, das afetações, lembrando que embora role alguns vacilos, e alguns vacilões habitem nosso planeta fashion, isso não é tudo. O mundo da moda é por demais maravilhoso e belo!

Fale comigo: bianca@cipollajeans.com.br
Até a próxima! Bianca G. Cipolla

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